A Garota Dinamarquesa Book Cover A Garota Dinamarquesa
David Ebershoff
Ficção
Fábrica 231
2016
368
A Garota Dinamarquesa — David Ebershoff 1

Com estreia nos cinemas em fevereiro, já acenando com um possível novo Oscar para Eddie Redmayne, ganhador da estatueta de melhor ator por A teoria de tudo, A garota dinamarquesa reconstrói a história de Lily Elbe, talvez a primeira transexual da história a fazer a cirurgia de redesignação sexual (ou “mudança de sexo”). Vivendo até a meia-idade como Einar, um pintor dinamarquês na Europa dos anos 1920 e 1930, ela teve a sorte de contar não apenas com um médico pioneiro, mas com uma mulher brilhante, generosa e apaixonada, sua própria esposa, Greta, para encontrar sua verdadeira identidade. Num momento em que as questões de gênero estão cada vez mais em voga, o aclamado romance de David Ebershoff, que volta às prateleiras com novo projeto gráfico, capa com o pôster do filme e posfácio assinado pelo autor, é um livro delicado e envolvente e uma leitura necessária nos dias atuais.

“Mais uma vez, Einar sentiu-se exausto por ninguém no mundo saber quem ele era.”

Entrei em contato com essa história pela primeira vez através de sua adaptação cinematográfica. E devo dizer que, apesar do livro ser muito mais rico em detalhes — por motivos óbvios —, as divergências na história mostrada no livro e no filme são mínimas e irrelevantes. Acredito que esta seja uma das adaptações mais fiéis que já pude assistir.

O livro é extremamente dramático. A história se passa na Dinamarca dos anos 30, mostrando a vida de Einar e Greta, um casal de pintores. Enquanto Einar é famoso por suas pinturas de paisagens, Greta luta para ser reconhecida pintando retratos. E é ajudando-a a finalizar um retrato que Einar sente nascer Lili.

Os dois tratam Lili como uma prima de Einar que vem apenas visitar, e posar para Greta — de quem  se tornou musa. Mas a crise de identidade de Einar se engrandesse com o tempo, enquanto Greta se beneficia do recém-obtido destaque com séries de retratos da moça que a inspirava.

Apesar de ser uma personagem secundária, é impossível deixar de falar da força de Greta e sua determinação em fazer Einar feliz. É ela que o coloca em contato com o professor Bolk, que declarava poder ajudar Einar se tornar, definitivamente, Lili; através de uma série de cirurgias.

 

O livro não é baseado em fatos reais, mas inspirado por eles. Como diz o próprio autor: “Alguns fatos importantes sobre a transição real de Lili encontram-se nestas páginas, mas a história tal como narrada aqui, com detalhes de lugar, tempo, linguagem e vida interior, é uma invenção da minha imaginação.”

Mesmo imaginando que o preconceito fosse muito presente na época em que a história se passa (mesmo porque ainda o é), o preconceito não é o protagonista desta história. “A Garota Dinamarquesa” é uma história incrível sobre identidade e auto-aceitação. Hoje Lili é reconhecida como um ícone do movimento trans, e este holofote que está sendo direcionado para a sua história é imensamente importante para abrir discussões sobre a transsexualidade.

Onde comprar: Amazon | Submarino | Americanas

52 Livros em 52 Semanas