Até o Fim da Queda Book Cover Até o Fim da Queda
Ivan Mizanzuk
Terror e Suspense
Draco
2014
244
Até o fim da queda — Ivan Mizanzuk 1

1993. Em pouco tempo sete jovens se suicidam, e rumores sobre um ritual ganham as páginas dos jornais. A polícia descarta a opção e dá o caso como encerrado.

Anos se passam e Daniel Farias, um popular escritor de terror, decide reconstituir o caso em sua nova obra. Durante a pesquisa, descobre histórias sobre uma ordem secreta operando em nome de um demônio, o Dragão Vermelho, cujas origens remontariam a um exorcismo ocorrido no século XVI, na Espanha.
Sucesso imediato entre os fãs, o livro alcança a lista de best-sellers e também as páginas policiais, ao se espalhar a notícia de que leitores estariam se matando após a sua leitura. Isso faz as vendas explodirem, e o mistério aumenta quando o próprio Daniel começa a ser vítima de ameaças, enquanto pais preocupados tentam boicotar o livro.
Livro de estreia de Ivan Mizanzuk, uma das novas promessas do thriller nacional, Até o fim da queda desenha através de cartas, entrevistas e artigos de jornais uma trama de conspirações e inquietudes, ao mesmo tempo em que investiga as mais profundas angústias humanas, e o preço que pagamos ao tentarmos silenciá-las. Descobrir o que se esconde no fundo desse abismo pode custar sua própria sanidade.

"Ivan Mizanzuk não é para iniciantes. Ou melhor, talvez seja bom que iniciantes o leiam – tanto leitores quanto escritores. Porque Ivan sabe do que está falando. Num estilo que mistura e homenageia autores como André Breton e Valêncio Xavier (quantos da nova geração já leram? Precisam), este professor de arte estreia na literatura misturando ficção e realidade, magia e mundo-cão. Já leram? Não? Precisam." — Fábio Fernandes, doutor em comunicação pela PUC, escritor e tradutor

Quando a Stephanie me contou que estávamos fechando uma parceria do blog com a Editora Draco, fui correndo olhar no catálogo e, dos livros disponíveis, este foi o que mais me chamou atenção. O mistério de um pacto suicida entre sete jovens é faz exatamente o tipo de mistério que eu tenho adorado ler ultimamente. Mas “Até o fim da queda” foi minha maior decepção literária deste ano (até o momento) e vou tentar explicar o porquê:

Sou obrigada a começar pelo posfácio:

“Eu não sei se o que fiz é exatamente “terror”. Deve ser, porque eu falo bastante de demônios. Mas isso pode ser questionado.”

Não. Na-na-ni-na-não. Não há um grama de terror neste livro, definitivamente. Terror é quando você fica, ao menos, apreensivo com o desenrolar que a história vai tomar. O que não é o caso.

Não sei se vocês lembram da resenha que fiz de Carrie, de Stephen King, algum tempo atrás. Ivan se aproveita da mesma estrutura de retalhos para contar sua história. Entre transcrições de entrevistas, audios e notícias, a história de “Até o fim da queda” vai sendo construída.

A sinopse havia me dado a impressão que leria sobre a investigação de Daniel Farias sobre o caso, um escritor-detetive que seria encarregado de desvendar o mistério que cerca a história dos sete jovens. Mas o máximo de “imersão” neste caso é uma notícia do ocorrido. “Até o fim da queda” mostra entrevistas de Daniel após a publicação de seu livro, juntamente com algumas cartas de Frei Marcos, que podem ser relacionados à irmandade do Dragão Vermelho e transcrições de entrevistas com um membro da irmandade.

Ao passo que o livro em si me decepcionou muito, um ponto forte foi a interpretação das Cartas de Frei Marcos. O que me leva a crer que a história teria muito mais apelo ao leitor se o formato de apresentação fosse diferente, se colocasse Daniel como personagem ativo, levando o leitor consigo enquanto realizava pesquisas e investigações a respeito do caso ocorrido em 1993 em vez de apenas jogar um punhado de informações desconexas ao leitor para que este faça então a seleção do que é relevante ou não e tente encontrar sentido nas conexões entre elas.

Fiquei bastante chateada com essa decepção, já que — como disse antes — acredito que a abordagem do livro deixou muito a desejar e acabou por desperdiçar uma premissa muito promissora.

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