Cartas de Amor aos Mortos Book Cover Cartas de Amor aos Mortos
Ava Dellaria
Juvenil (YA)
Seguinte
2014
344
Cartas de Amor aos Mortos — Ava Dellaria 1

Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

Cartas de Amor aos Mortos tem sua história escrita através de cartas que Laurel escreve a seus ídolos, muitos dos quais ela conheceu por conexão a outra pessoa.

Laurel está começando o ano em uma escola nova, onde ela pode circular sem receber olhares de pena pela morte de sua irmã mais velha, May. Com a tragédia, a família que já estava quebrada, se despedaçou. Sua mãe, incapaz de lidar com o luto, se mudou para a Califórnia, e a guarda de Laurel foi compartilhada por seu pai (Jim) – que parece ter ficado um tanto quanto letárgico após os acontecimentos – e sua tia (Amy) – uma mulher guiada por seu amor à Jesus.

Depois de passar alguns almoços escondida no banheiro, Laurel inicia uma amizade com Natalie e Hanna. E, ao contrário da maior parte dos livros com personagens adolescentes, as personagens não são perfeitas. Elas são completamente quebradas, na verdade. Natalie ama Hanna, e este amor é recíproco. Mas Hanna sai com caras, vários, ao mesmo tempo; sua avó está doente, seus pais morreram e seu irmão não sabe como lidar com ela. Juntas elas matam aula, bebem e fumam. E isso é tratado com naturalidade no livro, não enaltecendo ou condenando as atitudes das adolescentes.

Logo Laurel repara em Sky. O típico garoto misterioso do colégio. Ninguém sabe ao certo de onde ele veio, mas boatos dizem que foi espulso de sua escola anterior. Mas, apesar de se apaixonarem, o relacionamento dos dois é abalado pela relutância de Laurel em se abrir e falar sobre seu passado.

Esta negação de Laurel em revelar seu passado àqueles próximos não irritou somente Sky. Eu também fiquei profundamente irritada, já imaginando o que havia acontecido em seu passado, mas querendo logo descobrir o que de fato era verdade.

De certa forma este “mistério” é bom para motivar a leitura, mas apenas na medida certa (o que, felizmente, é o caso deste livro). A escrita torna a leitura suave, falando com naturalidade mesmo sobre questões mais delicadas.

A forma de escrita em cartas me incomoda um pouco na teoria, então seria algo que talvez bloqueasse a escolha deste livro se eu soubesse disso antes. Mas, tendo descoberto isso apenas lendo, este modo até mesmo ajudou, porque possibilita “saltos” no tempo que poderiam ser muito tediosos em uma narrativa convencional.

Ah! E cuidado: O livro fala sobre abuso (físico e sexual). O assunto é abordado de maneira branda, sem detalhes e sem grande descrição (física ou emocional), mas o aviso é sempre válido!

Recomendo para: Jovens. Romance / Drama. Leitura leve e rápida (:

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