Hoje senti vontade de escrever sem pensar no SEO. Sem pensar se este artigo está bom ou não para o Google e relembrar que este espaço está aqui há 7 anos como meu diário. Como eu pude me perder?
É porque os últimos 5 anos serviram pra eu viver mais, muito mais, do que os outros 20 e tantos.
Eu estava casada e não deu certo, terminei sem arrependimentos (mesmo que tenha gente que não acredite nisso, eu faria tudo de novo). Passei um divórcio chato (essa parte eu pularia). E embarquei num relacionamento abusivo que tinha tudo pra dar errado.
Sabe qual você vai se perdendo sem perceber? No final, eu acredito que precisava passar por tudo o que passei. Mesmo que tenha saído com vários traumas.
Neste meio tempo, eu vim morar sozinha no interior de SP. Eu amei a experiência mas odiei cada minuto sozinha. Eu sei que tem gente que ama estar sozinho, independência, liberdade, não dar satisfação e tudo mais. Mas eu odeio ficar sozinha, chegar em casa e não ter nenhum dos meus 6832 irmãos brigando ou um amigo por perto e ainda, um relacionamento bosta que eu tinha vergonha de admitir.
Em compensação, eu fui bem no trabalho, embarquei na carreira de analista de SEO e Web Designer, cresci, aprendi e dei palestra. Tudo isso enquanto tentava conciliar o Quase Mineira ✨
Antes eu faria isso com maestria porque tinha ajuda (apoio da família e amigos), depois morando sozinha, eu quase desisti de tudo porque só me diminuíam. Eu postava fotos 1x na semana e vídeo quando dava. Mesmo assim o conteúdo aqui cresceu e foi reconhecido, obrigada pela paciência de vocês.
Quando veio o término, eu morri e nasci de novo. Stephanie livre, novos amigos, amigos tão incríveis que não me cabe aqui explicar. E então, conheci o amor da minha vida. E eu nem queria nada com ninguém porque eu tava tão traumatizada que acordava gritando com meus demônios de madrugada.
Marcel é o cara que me trata como eu mereço. Que me trata como uma pessoa. Que não me deixa sozinha e me entende. As vezes eu sinto medo porquê parece tão incrível e eu nem mereço (estamos trabalhando isso na terapia).
Aprendi muito nesses últimos dois dos cinco anos. Aprendi que eu podia confiar nas pessoas, mesmo com vergonha de admitir que não está tudo bem. Aprendi a não assumir problemas que não são meus. Que todo é substituível. Que eu posso descansar. Obrigada @followcíntia por isso ♥
Que o único meio de não sentir medo no trabalho, é trabalhando para si, porque aí será seu esforço. Seu dinheiro. Não fez muito sentido essa parte, mas eu aprendi a hora de me entregar a algo meu o mesmo tanto que eu me doava para os outros…
Continuando, eu conheci Marcel, fiz novos amigos. A pandemia fortaleceu ainda mais a gente porque com apenas alguns meses, ele veio morar comigo pq sabia que o home office ia ser muito difícil pra mim porque eu não consigo ficar sozinha. Trabalhando em casa o dia todo sem ver ninguém, eventualmente eu ia acabar desistindo e voltando para minha mãe… Mesmo depois de ter chegado tão longe.
Mas deu tudo certo, descobri um melhor amigo, um porto seguro, descobri como é o amor que não pesa, que não cobra, que não tenta me mudar…
Depois de vários surtos porque ninguém ta bem, nem eu nem ninguém… Eu sai da empresa que me trouxe por interior de SP, abri a minha própria, mudei para outra cidade para morar junto de vez com Marcel e nossos bichos. E to aqui vivendo da minha loja, do meu conteúdo e sendo a blogueira que sempre quis.
Essas mudanças nos últimos 5 anos foram necessárias e doloridas. Quando eu, no inicio desse ano, fiz uma limpeza no meu canal – privatizei uns vídeos, deletei um tanto, mudei descrição, troquei umas capas e talz, eu me perguntei cadê aquela Stephanie sem vergonha que acreditava com todas as forças no conteúdo que produzia? Eu me perdi. Porque criticaram tanto essa vontade de viver disso, que eu fui ficando com vergonha de produzir, de tirar foto, de fazer vlog no meio da rua porque ouvi demais que era um vergonha querer ser blogueirinha: “vai arrumar um emprego de verdade”. E ora ora não estou aqui pagando minhas contas?
Então, mesmo com todos esses traumas, eu to desde o ano passado voltando a ser eu mesma. Com o apoio de quem me ama e me segura (e ta tudo bem querer apoio ta?) ♥
Um dos meus melhores amigos disse: “Nossa Stephanie, nos últimos 5 anos sua vida mudou MUITO. Muito mesmo. Cuidado com a saúde mental hein!”. Daí eu me pergunto: “Que saúde?” 🤡
Ele não falou por mal, pelo contrário, falou porque eu precisava entender que tudo bem parar, respirar e assimilar que tudo mudou muito em pouco tempo sem surtar.
Não sei se fez sentido nada desse post. Mas esse é meu espaço para dividir – sem medo, sem vergonha. Do jeito que sempre vai ser. Vou voltar a criar sobre os produtos que eu uso, sobre os livros que eu leio. É o que eu amo e sobre quem eu quero ser.
Respostas de 3
Esse post foi muito gosto de ler. Mesmo.
Eu sei que muitas partes desse processo foram difíceis e ainda são – afinal, tá todo mundo debaixo dessa tempestade, né? Mas ver como seus últimos 5 anos de loucura te levaram pra você ser mais você é um alento tão grande! Acho estranho que alguém te mande ter cuidado com a saúde mental por sua vida ter mudando tanto, porque o aterrorizante na minha cabeça é sempre ficar parado no mesmo lugar que te faz mal… Claro que tudo isso afeta a saúde mental de qualquer forma, mas melhor lidar com ser você, com SEUS medos e inseguranças do que com se esconder atrás do que você não deseja pra si mesma. Que bom que é o primeiro caso!
Não foi por mal, de verdade. É que foram tantas mudanças em pouco tempo que eu sei não cuido da minha saúde mental, eu tenho crises bem fortes, esse amigo sabe bem disso rs Mas agora as coisas parecem estar mais “fixas” e com isso, to me conhecendo e me cuidando melhor ♥
Me identifiquei demais com esse seu post… Fico feliz que as cosias tão dando certo agora. Realmente os últimos anos foram uma reviravolta total, acho que pra todo mundo. <3