Margaret Atwood
Crônicas e Contos
Rocco
2017
240
A história de mulheres confrontando seus monstros. De jovens em colônias de férias com nomes indígenas a poetas de saraus em cafeterias antiburguesas e profissionais bem-sucedidas dos escritórios de Toronto, Margaret Atwood apresenta em Dicas da imensidão dez contos que, ao recuperarem acontecimentos transformadores do passado – recente e distante – de cada uma de suas protagonistas, e seus ecos no presente, convidam a uma reflexão sobre escolhas, chances perdidas e sobrevivência.
Aos 77 anos, ela é ativa nas redes sociais, onde frequentemente expõe suas opiniões sobre temas como feminismo, meio ambiente, política e economia, assuntos presentes também em toda a sua extensa obra literária. Nesta coletânea de contos protagonizados por personagens femininas marcantes que inaugura o novo projeto gráfico para a obra da escritora pela Rocco, assinado pelo ilustrador Laurindo Feliciano, a canadense Margaret Atwood mostra mais uma vez por que é uma das principais vozes da literatura em língua inglesa contemporânea. São dez narrativas em que a fauna humana se apresenta em toda a sua banalidade e excepcionalidade, em que situações inquietantes subitamente desestabilizam o cotidiano de pessoas comuns, iluminando o instante único capaz de moldar uma vida inteira. Manejando com extrema habilidade os sentimentos, desejos, as frustrações e memórias de suas personagens, a escritora conduz o leitor por uma teia de histórias que falam da beleza e do mistério da condição humana.
Eu nunca havia ouvido falar de Margaret Atwood, mas ela definitivamente entrou pra lista de autores que eu preciso conhecer melhor depois de “Dicas da imensidão”. O que mais me chamou a atenção foi a protagonização feminina nessa coletânea de contos. Publicada pela primeira vez em 1991, são contos que carregam consigo um momento histórico muito diferente do que vivemos hoje.
Situados majoritariamente em Toronto (Canadá), os dez contos nos apresentam diversos aspectos da natureza e relacionamentos humanos: desaparecimentos, traições, vinganças, consequências e desejos. Tudo isso com a ambientação da visão adolescente entre as décadas de 50 e 90.
O primeiro conto (“Lixo verdadeiro”) me fez começar a leitura um tanto quanto perturbada. A história mostra o despertar sexual de garotos adolescentes num acampamento de verão, observando enquanto as garçonetes tomavam banho de sol.
“Bola de cabelo”, um dos mais perturbadores (e um dos que eu mais gostei), fala sobre o caso de uma mulher com um homem casado.
“Ísis na Escuridão” traz um protagonista homem, mas a mulher segue em foco enquanto o personagem projeta suas expectativas em cima de um relacionamento com uma mulher idealizada.
Apesar da estrutura mais curta de contos, a autora consegue trazer uma visão profundamente reflexiva com as histórias. O que me deixa bastante curiosa para conhecer as histórias nas quais a autora tem liberdade de se alongar nas descrições e reflexões.
Esperava, entretanto, que a leitura fosse ser mais rápido justamente por se tratarem de contos. Mas apesar de interessantes, não consegui me prender daquele jeito de não querer parar de ler o livro, sabe? Isso me deixou um pouco desanimada no início da leitura, mas totalmente compensado pela surpresa de descobrir uma autora tão conceituada.
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5 Comentários
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Também não conhecia a autora, embora o sobrenome dela não me seja estranho…
Enfim, achei bem interessante a proposta. Deve ser o tipo de livro que te tira da zona de conforto mesmo.
Vou procurar pra ler (:
Sabe que eu tive essa mesma impressão sobre o sobrenome?!
Agora fiquei curiosa pra saber de onde conheço o Atwood haha
Muito legal, eu já li um livro de contos um pouco parecido com esse, mas era um autor.
Uau! Que capa e fotos maravilhosas, arrasou!
Também não conhecia a autora, mas fiquei bastante curiosa pra ler esse livro, parece ser daqueles que fazem a gente refletir horrores. Vou adicionar a lista de queridinhos, rs.
Beijão!
setecoisas.com
Obrigada! (:
Espero que aproveite a leitura <3